Notícias

Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo

Dados são do dossiê da Antra: o país registrou 140 mortes de travestis e transexuais em 2021; maioria é preta e se identificavam com o gênero feminino

Brasil segue sendo líder em ranking mundial Rio de Janeiro - Manifesto realizado na praia de Copacabana lembra as vítimas da transfobia no Brasil. (Tomaz Silva/Agência Brasil) (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O Brasil é conhecido como o país que mais mata pessoas trans do mundo e em 2021, se manteve na triste posição. Uma liderança mantida desde que o ranking começou a ser formulado em 2008. Só no último ano, foram 140 assassinatos de travestis e transexuais mapeados pelo dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado na sexta-feira, 28, véspera do Dia da Visibilidade Trans.

ANÚNCIO

No entanto, esse número ainda esbarra em subnotificação dos casos, falta de uma coordenação a nível federal do levantamento e desrespeito à identidade de gênero das vítimas, suscetíveis a sofrerem uma “segunda morte” nos registros de óbito.

Apesar de os 140 homicídios identificados pela Antra representarem queda em relação ao ano anterior, ainda estão acima da média total desde 2008, segundo a qual 123,8 travestis e transexuais são mortas anualmente no Brasil.

A maioria das vítimas segue o mesmo padrão de anos anteriores, sendo 81% pretas, 96% que se identificavam com o gênero feminino, 77,5% que foi atacada em espaços públicos e 85% com idade igual ou inferior a 35 anos, expectativa de vida média dessa população no Brasil.

“De forma alguma a violência transfóbica diminuiu. Ainda está acima da média, que já é um índice altíssimo em comparação com outros países do ranking mundial”, diz Bruna Benevides, articuladora política da Antra e autora do dossiê, em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo.

Também em 2021, o Brasil assumiu a liderança mundial de idade mínima para esses assassinatos, após a adolescente Keron Ravache, de 13 anos, ser morta a socos, pauladas e facadas em Camocim, no interior do Ceará. Ela é a vítima mais jovem da transfobia que se tem registro não só por aqui, mas entre os 31 outros países com casos relatados pela ONG Transgender Europe (TGEU).

⋅ ⋅ ⋅

ANÚNCIO

Leia mais textos da NOVA MULHER

Pesquisas revelam aumento da violência contra a mulher no último

Assédio é a principal violência contra meninas e mulheres no ambiente virtual

Papa Francisco diz que violência contra mulheres insulta a Deus

Estudo indica que mulheres vítimas de violência podem desenvolver disfunção sexual

⋅ ⋅ ⋅

Siga e compartilhe

Você gostou deste conteúdo? Então siga a NOVA MULHER nas redes sociais para acompanhar mais novidades e ter acesso a publicações exclusivas: estamos no Twitter, no Instagram e no Facebook.

Aproveite e compartilhe os nossos textos. Seu apoio ajuda a manter este site 100% gratuito. Cada contribuição é muito valiosa para o trabalho da nossa equipe de redatores e jornalistas.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias