A avó Marlene Hinckel, de 63 anos, moradora de Florianópolis, frequentou o EJA em 2019, mas não conseguiu de alfabetizar. Ao acompanhar os conteúdos que seu neto, de 7 anos, aprendia durante as aulas virtuais, ela aprendeu a ler suas primeiras palavras.
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«Imagina que me empolguei com a ideia de aprender também, e passei a assistir às aulas e usar os livros da escola dele para tentar ler.[…] Hoje já consigo ler as músicas e versos bíblicos utilizados no culto diário da família. Para mim, isso já é um grande passo”, afirma a idosa ao G1.
A filha ainda ajudou a mãe com explicações sobre as matérias, mas ela também enfatiza que o EJA ajudou a senhora.
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«A EJA foi fundamental para tudo isso. O apoio veio da escola, das professoras, por isso que ela não quis desistir e está indo em frente, foi graças ao EJA, e esse contato com pessoas tão bacanas, que trataram ela sempre com tanto amor e carinho, que deram tanto valor para essa necessidade e esse sonho dela», diz a filha.
Marlene conta que é natural de Bom Retiro e que seus pais priorizaram que seus filhos trabalhassem na roça e que ela trabalhou com eles até os 25 anos. «Não tinha escola próxima a nossa casa, tínhamos que caminhar por horas até chegar na única escola, mas meus pais não achavam importante estudar e preferiam manter os filhos trabalhando na roça», lembra.
Depois ela acabou casando e engravidando o que a fez adiar ainda mais os estudos. «Casei cedo e engravidei em seguida. Por falta de orientação, tive três filhos em seguida, o que me impediu na época de estudar. Mas foi na fase em que meus filhos começaram a frequentar a escola que senti ainda mais a falta dos estudos, pois eu sequer podia ajudá-los», comenta a senhora que agora realizou o sonho de se alfabetizar.
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