Na última semana, muito se falou sobre o caso de assédio sexual no trabalho envolvendo a humorista Dani Calabresa. O tema levantou diversos debates e um deles fez muitas pessoas se questionarem: como identificar assédio no trabalho. Andréa Ladislau, doutora em psicanálise, compartilhou, por exemplo, algumas dicas.
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Ela explica que o primeiro passo é entender, de fato, o que significa assédio. “Assediar é o fato de expor o indivíduo a situações de constrangimento e/ou humilhações. O constrangimento e humilhação em alguns casos pode estar associado ao ambiente laboral da pessoa, que acaba sendo exposta a situações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, permeadas de relações desumanas, sem ética, negativas e psicologicamente prejudiciais ao trabalhador”, explica a doutora.
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Ela ainda comenta que o assédio pode ir muito além de piadas, críticas e insultos. “O assédio pode estar vinculado a pressão excessiva, a uma proposital sobrecarga de tarefas, imposições de horários absurdos, isolamentos, instruções imprecisas, que podem induzir ao erro, exposição da pessoa, e a utilização do seu poder de liderança para assediar sexualmente um parceiro de trabalho. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”, ensina.
Diante disso, ela enfatiza que o assédio “é toda e qualquer conduta abusiva de gestos, palavras, escritos, comportamentos e atitudes, que de forma intencional e frequente venha a ferir a dignidade e integridade física e psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho, seja de forma direta (através de insultos, acusações, gritos, humilhações públicas e exposição do outro ao ridículo), ou mesmo de forma indireta (através de isolamentos, fofocas, propagação de boatos, recusa na comunicação, exclusão social, acuamento sexual, propostas indecentes…)”.
Mas e se for brincadeira?
Como diferenciar assédio de brincadeira pode ser um dilema para muitas pessoas. Por isso, a especialista explica que “primeiro, temos que observar se a ação é repetitiva e se está gerando constrangimento e angústia na vítima. A questão deixa de ser uma brincadeira quanto está carregada de mau gosto, de um caráter vexatório que acaba fazendo com que a pessoa não se sinta mais confortável naquele ambiente, não tenha mais vontade de produzir ou não tenha mais condições psicológicas para isso”.