Saúde e Bem-estar

Melatonina: cinco perguntas e respostas para entender o que é e como funciona

A melatonina é o principal hormônio para a regulação do sono, mas também está envolvida em outros processos fisiológico também

Melatonina: cinco perguntas e respostas para entender o que é e como funciona
Melatonina: cinco perguntas e respostas para entender o que é e como funciona (Foto: Reprodução)

Você é daquelas pessoas que têm dificuldade para dormir? A falta de sono pode ser inquietante, bloqueante e cansativa, por isso não é de surpreender que muitas pessoas procurem todos os tipos de fórmulas e dicas para enfrentar o problema o mais rápido possível. E é aí que entra a melatonina, principal hormônio envolvido na regulação da oscilação entre o sono e a vigília.

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1. O que é melatonina e para que serve?

A melatonina é um hormônio formado a partir do triptofano (um aminoácido essencial que devemos introduzir na dieta) e que está envolvido em muitos processos fisiológicos. De uma forma muito simplificada, pode-se dizer que é útil em patologias que são acompanhadas por distúrbios do ritmo circadiano e estresse oxidativo e inflamatório.

Conforme relatado pelo International Melatonin Institute, observou-se inicialmente que se tratava de uma molécula relacionada à fisiologia neuroendócrina, principalmente à reprodução.

Mais tarde, descobriu-se que estava envolvido na regulação dos ritmos circadianos, tanto endócrinos quanto não endócrinos, como o ritmo sono-vigília. Mais recentemente foi identificado como um hormônio que modula a atividade do sistema imunológico. E há alguns anos mostrou-se um poderoso antioxidante e anti-inflamatório.

Além de todas essas funções, hoje também se sabe que é um hormônio fundamental na regulação da função mitocondrial, para a produção de ATP, a forma de energia que a célula utiliza para todas as suas funções.

Sua utilidade, portanto, é mais ampla do que muitos acreditam e ainda está sendo estudada. Como explicou recentemente no ABC Bienestar Darío Acuña-Castroviejo, professor de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Granada (ES) e codiretor do grupo de pesquisa que estuda os mecanismos de ação da melatonina e sua aplicação clínica, ainda há muita desinformação sobre esse hormônio devido às postagens “não cientificamente controladas” que aparecem ao pesquisar a palavra “melatonina” no Google.

“Muitas barbaridades são escritas por desconhecidos ou que não trabalharam com melatonina. A melatonina é atualmente considerada uma droga na União Europeia e o paciente deve ir ao médico (que muitas vezes não sabe o básico sobre ela) para consumi-la”, argumenta.

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2. Como a melatonina ajuda em casos de insônia?

Embora a insônia seja uma patologia que deve ser diagnosticada e tratada por um médico, é verdade que, como explica o Dr. Acuña-Castroviejo, já existe um consenso internacional que cita o uso da melatonina como tratamento de primeira escolha para a insônia, especialmente a pessoa já passou dos 55 anos.

O especialista esclarece, no entanto, que a melatonina é um medicamento sujeito a prescrição a partir de uma dose de 2 mg e que os suplementos que podem ser comprados sem receita médica contêm doses tão pequenas que os seus efeitos no sono são “mínimos”. Além disso, como acontece com outras drogas, seu consumo pode causar interações com outros medicamentos ou até causar maiores distúrbios do sono se for consumido em horário inadequado (“geralmente se diz que é tomado meia hora antes de ir para a cama, mas não é sempre assim”, especifica Acuña-Castroviejo.

O uso da melatonina como medicamento para insônia deve, portanto, ser sujeito a prescrição médica e dependerá do tipo de insônia e de sua gravidade. “O diagnóstico deve incluir o estudo da rptina de cada sujeito e seu ritmo circadiano da melatonina endógena para ver onde está o problema e assim saber tanto sua dose quanto o melhor momento para administrá-la”, acrescenta.

3. Você pode aumentar a melatonina com o que come?

Mas quando se trata de transformar os alimentos em aliados para aumentar os níveis de melatonina no organismo, o professor Acuña esclarece que a absorção intestinal da melatonina contida nos alimentos é baixa, por isso mesmo seguindo uma alimentação adequada e saudável como a que seria tomada com a dieta mediterrânea, por exemplo, pode contribuir para repor no organismo a melatonina que se perde ao longo dos anos. A isso devemos acrescentar que as quantidades de melatonina que os alimentos contêm são escassas. Na verdade, é expresso em “nanogramas” (ng), ou seja, em um bilionésimo de grama.

Alguns exemplos de alimentos que contêm uma certa quantidade de melatonina são chanterelles ou robellón (12.900 ng/g), boletos edulis (6.800 ng/g), grãos de café torrados da variedade arábica (9.600 ng/g) ou cogumelo comum (6.400 ng /g), de acordo com dados de “Dietary Sources and Bioactivities of Melatonin”, publicado em “Nutrients”. É por isso que o especialista insiste que tentar comer uma dieta rica em melatonina tem pouco efeito sobre os níveis endógenos. “Se você quer recuperar a melatonina que se perde com a idade, deve complementá-la sob orientação médica”, explica.

4. A melatonina melhora com o exercício físico?

A relação entre a melatonina e o músculo esquelético foi recentemente analisado pelo International Melatonin Institute, cuja equipe concluiu que o exercício físico aumenta a produção de melatonina, e que tem efeito trófico no músculo, melhorando seu desempenho.

Entre outras ações, a melatonina aumenta a produção de ATP pelas mitocôndrias musculares, melhorando seu desempenho e prevenindo danos musculares causados pelo estresse oxidativo que sofre durante o esforço físico.

5. A melatonina diminui com a idade?

A melatonina é reduzida com a idade, especificamente seu nível começa a diminuir após 35 anos. De fato, aos 55 anos já temos cerca de 40% menos melatonina do que aos 35. Isso faz com que a capacidade de sincronizar os ritmos biológicos comece a se perder. O ritmo sono/vigília é alterado e um déficit de sincronização interna é refletido.

Além disso, a produção extrapineal de melatonina também diminui, e essa perda de melatonina reduz a capacidade de defesa antioxidante e anti-inflamatória do organismo, bem como a capacidade de defesa da própria célula, por reduzir a capacidade de geração de energia das mitocôndrias. É por isso que atualmente se fala do papel ativo da perda de melatonina na promoção do processo de envelhecimento.

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Aviso

Este texto é de caráter meramente informativo e não tem a intenção de fornecer diagnósticos nem soluções para problemas médicos ou psicológicos. Em caso de dúvida, consulte um especialista antes de começar qualquer tipo de tratamento.

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