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Escritora que “detesta ser mãe” cria movimento para desmistificar a maternidade

Karla Tenório criou o “Mãe Arrependida”, um movimento que deseja amparar mulheres que não gostam de ser mães

A escrita e atriz Karla Tenório tem uma filha de 10 anos e diz que detesta ser mãe. Por conta disso, ela decidiu criar um movimento, chamado «Mãe Arrependida», para ajudar outras mulheres que passam pela mesma situação que ela.

“Transformei minha angústia em um movimento para amparar mulheres como eu: que não gostam da maternidade. Sou criadora do «Mãe Arrependida» que visa à libertação da voz das mães que não são felizes como mães, que sofrem e sentem culpa por conta da maternidade”, explica a escritora em depoimento ao portal Universa.

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Ela explica que o movimento tem o objetivo de desmistificar a maternidade e ajudar as mulheres a liderem com seus sentimentos. “Esse movimento visa combater a construção social, baseada na ética cristã, de que a mulher tem um amor incondicional pelo filho, de que ela é a imagem e semelhança da Virgem Maria; essa ideia de que quando a gente vira mãe perde a sexualidade, se volta integralmente para a criança, para o trabalho doméstico e para o cuidado”, comenta.

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Karla também enfatiza a importância de se falar sobre maternidade compulsória. “Quando eu me casei, eu não queria ser mãe, mas hoje vejo que cedi a uma vontade que não era minha. Um dia, durante a viagem para a Índia, em uma meditação no rio Ganges, tive a visão de que ia ter um filho. Daí passei dois anos planejando e me preparando para isso. Eu desejei, não engravidei sem querer”.

Ela relata que por conta da maternidade compulsiva teve severos problemas emocionais.

“Tive psicose pós-parto, que é algo mais grave do que a depressão pós-parto, porque eu era compulsiva por ser uma mãe perfeita. Na psicose, você perde a noção do tempo, se fecha para o mundo, vira uma cuidadora excessiva. Eu tenho guardado, por exemplo, um caderno em que anotava quantos minutos a minha filha mamava em cada seio”, relata.

Alerta para mulheres que não são mães

“Penso também na importância de avisar as mulheres que não tiveram filhos ainda, as que estão pensando em ter, sobre o que de fato é a maternidade. É preciso acabar com o lado romantizado da maternidade, que é muito nocivo para todas nós, que causa tristeza, depressão e morte”, avisa.

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