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Pesquisa revela que 87% da população é à favor do aborto em casos de estupro

Levantamento realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva, mostra as opiniões dos brasileiros sobre interrupção da gravidez e violência sexual

Maioria da população é à favor de interrupção da gravidez em caso de violência sexual (Foto: Reprodução)

Uma pesquisa realizada pelo organização Instituto Patrícia Galvão em parceria com o Instituto Locomotiva, mostra qual a percepção e opinião da população brasileira quando o assunto é interrupção da gravidez e violência sexual contra meninas e mulheres.

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De acordo com o levantamento, 87% da população (homens e mulheres) acreditam ser um direito da vítima de estupro decidir se quer ou não interromper a gravidez de maneira legal e segura em hospitais públicos. Já para 74%, os casos de aborto previstos em lei devem ser mantidos ou ampliados.

“Esses dados mostram que a maioria da sociedade brasileira concorda com o direito ao aborto em caso de estupro, gostaria que os casos de aborto previsto por lei fossem mantidos ou ampliados e considera que a discussão sobre o aborto é uma questão de saúde pública e de direitos – e não de polícia ou religião”, cometa Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

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Os dados revelaram ainda uma proximidade da população entrevistada com casos de violência sexual contra meninas e mulheres. Ao serem questionadas, 6 em cada 10 pessoas disseram conhecer uma mulher que foi vítima de estupro e 16% declararam já terem sido vítimas da violência.

“A pesquisa evidencia como a população brasileira é sensível ao drama das vítimas de estupro que se descobrem grávidas após a violência e considera que o aborto nesses casos é um direito para proteger a saúde física e mental das vítimas. Entre as mulheres entrevistadas, 75% gostariam de poder optar por um aborto se engravidassem após um estupro”, complementa Jacira.

Confrontando a realidade

Caso sofressem um estupro, 67% das mulheres entrevistadas iriam primeiro à polícia e 26% buscariam primeiramente um serviço de saúde. Mas a percepção geral é de que as vítimas não buscam esses equipamentos por vergonha e medo da exposição e de não serem acreditadas. Das mulheres que declararam já terem sido vítimas de estupro, 81% não buscaram nenhum serviço de apoio.

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A psicóloga Daniela Pedroso, do Núcleo de Violência Sexual e Abortamento Previsto em Lei, do Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP), explica que a maioria das mulheres que procuram pelo serviço, o fazem como última opção depois de já terem recorrido à outros métodos.

“A maioria das mulheres que chegam até nós no hospital só nos procuram porque tiveram complicações decorrentes de outros métodos abortivos, como a compra ilegal de medicamentos ou clínicas clandestinas. Muitas vezes elas desconhecem o direito ao serviço legal ou são desencorajadas a procurá-lo por vergonha, medo e culpa”, explica a psicóloga.

Sobre a pesquisa

A pesquisa nacional online Percepções sobre direito ao aborto em caso de estupro foi realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva. Participaram do estudo 2 mil pessoas, com 16 anos ou mais, entre 27 de janeiro e 4 de fevereiro de 2022. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

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