Saúde e Bem-estar

Mudanças na gestação: porquê e como acontecem as mudanças na vagina durante a gravidez

Diversas mudanças ocorrem no corpo da mulher no período gestacional e no pós-parto

Mudanças na gestação: porquê e como acontecem as mudanças na vagina durante a gravidez
Mudanças na gestação: porquê e como acontecem as mudanças na vagina durante a gravidez (Foto: Reprodução/Pexels)

Uma série de mudanças podem ser observadas no corpo das mulheres durante o período gestacional e no pós-parto. Aumento no tamanho dos seios, da barriga e às vezes até da região do quadril, com alterações hormonais, de humor, de apetite e de sono.

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Mas apesar de essas mudanças tão comuns no período, existe uma parte essencial da anatomia feminina que também se modifica com a gravidez – e nem sempre se fala tanto e de maneira clara: a vagina. Sabia que ela pode mudar de forma e até de cor antes mesmo de chegar a hora do parto?

Uma matéria publicada pela revista Crescer, explora o assunto e esclarece algumas dúvidas sobre as mudanças na vagina, por meio de especialistas que explicam tudo o que precisamos saber. Confira:

“A vagina geralmente muda de aparência no período gestacional e puerperal em razão da variação hormonal que acontece durante a gravidez”, começa a explicar Lucas Olivotti, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, de São Paulo. Ele diz que essas alterações podem ocorrer no início, durante e, até mesmo, após o nascimento do bebê.

“As mudanças são provocadas por elevação de estrogênio, progesterona, beta HCG, hormônios melanotróficos, adrenocorticais, entre outros. Neste período, ocorrem alterações também de pH vaginal, lubrificação, hidratação, cor, fibras elásticas e pelos pubianos”, afirma.

Confira, abaixo, tudo o que pode ocorrer com a vagina durante e após a gestação:

Como a gravidez muda a vagina

Entre as transformações vaginais que se pode esperar, há a mudança de tamanho, cor e aspecto – já no início da gravidez – e até mesmo da aparência dos pelos nesta região.

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“O aumento do conteúdo vaginal é a transformação mais evidente. Edema da região vulvar e vaginal também pode ser observado. Isso ocorre devido aos efeitos hormonais”, destaca Maria Cristina Meniconi, ginecologista e obstetra do Grupo Fleury, com especialidade em patologia cervical uterina e colposcopia, além de mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Lucas Olivotti, desde o início da gestação as cores da vagina podem variar: “Ela se torna arroxeada ou violácea, sendo um sinal de probabilidade de gestação, chamado de ‘sinal de Kluge’”. O médico esclarece que isso acontece porque os vasos sanguíneos se distendem ou dilatam, promovendo a mudança de tom “As varizes, estrias e o edema podem aparecer na gestação e apresentam como causa o aumento da pressão venosa provocado pela ampliação do útero, pela ação de hormônios adrenocorticais e por predisposições genéticas”, acrescenta.

Outra alteração do aspecto da vulva e da vagina refere-se à hiperpigmentação. “Ela é promovida pela proliferação dos melanócitos – que são células produtoras de pigmento escuro. Esse crescimento celular é decorrente da ação de hormônios como estrogênio, progesterona e melanocítico. Além disso, ocorre aumento da grossura e volume dos pelos pubianos”, ressalta Olivotti.

Mudanças na vagina na hora do parto

Ainda que o assunto possa ser visto como um tabu – dada a frequência com a qual é comentado –, só existe uma maneira de se preparar mentalmente para acompanhar a verdadeira revolução que a vagina da gestante pode sofrer: informar-se com o seu médico, sem o receio de fazer perguntas.

“Só assim a mulher pode perceber essas modificações como sendo normais e consegue ir tirando as dúvidas, conforme elas forem surgindo. A melhor forma de preparo para as mudanças do corpo é a informação e a orientação médica desde o início do pré-natal”, reforça Maria Cristina Meniconi.

Já quando chega a hora do parto normal, há outras variações vaginais que se pode esperar, adianta a médica: “Há um alargamento da vagina para a formação do canal de parto, mas depois – no decorrer do puerpério (que dura cerca de 40 dias) –, a musculatura perineal volta naturalmente para o estado pré-gravídico.”

Olivotti complementa, elencando outras questões para se ter em mente sobre a hora do nascimento do bebê – e depois dele. “Entre as mudanças na vagina decorrentes do parto estão cicatrizes provocadas pelas lacerações, perda da arquitetura do assoalho pélvico, entre outros”, informa.

A vagina volta a ser como era antes da gravidez?

Essa é a pergunta de ouro que muitas mulheres se fazem diante de todas as alterações que notam nesta parte do corpo. O obstetra Lucas Olivotti lembra que, “na maioria das vezes, a vagina da mulher não será mais a mesma de antes da gravidez”. “No entanto, com o tempo, ela ficará menos escura, as varizes e o edema diminuem, as estrias ficam mais claras. Mas, provavelmente, a vagina nunca retornará a ser igual ao período anterior à gestação. Por este motivo, cada vez mais, são desenvolvidas tecnologias médicas e estudos científicos na área da dermatologia para tratamento das mudanças definitivas que aconteceram no período gestacional”, diz.

Contudo, esses procedimentos só devem ser considerados quando o aspecto da vulva ou da vagina impactam em como a mulher vê a si mesma. “A indicação de tratamento é feita caso a caso, uma vez que muitas mulheres encontram beleza e aceitação com estas mudanças fisiológicas do organismo sem perda da autoestima”, finaliza o especialista.

Um último ponto que deve ser mencionado quando se fala da vagina da mulher e gravidez é pensar em como ela se “comporta” no período do puerpério. “Sabemos que quando a puérpera está em amenorreia (ausência de menstruação) e amamentação exclusiva, ela provavelmente não irá ovular e, consequentemente, diminuirá a concentração de estrogênio nas células vaginais. Isso irá diminuir a hidratação, o turgor, a lubrificação e até pode provocar um processo inflamatório na região”, alerta o especialista.

Isso significa que pode haver mais chances de um desconforto durante o ato sexual e, portanto, é necessário que o casal receba uma orientação clara. “Oferecer gel hidratante e/ou lubrificante vaginal é uma saída, além – é claro – de esclarecer o parceiro (ou parceira) sobre as mudanças físicas e emocionais que a puérpera apresenta nesta fase”, conclui Olivotti.

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