Saúde e Bem-estar

Chemsex: por quê as pessoas estão usando drogas para ter relações sexuais?

O uso de substâncias para potencializar os prazeres do sexo têm crescido no Brasil e preocupa especialistas

Chemsex: por quê as pessoas estão usando drogas para ter relações sexuais?

Um hábito relacionado às relações sexuais, especialmente entre os homens gays e bis tem preocupado alguns especialistas em saúde, o chemsex. O chemsex, ou “sexo químico”, é o termo utilizado para o uso de substâncias psicoativas durante o ato sexual com o intuito de provocar uma desinibição ou aumentar a percepção de prazer.

Alguns relatos na internet e entrevistas, como esta publicada pelo site do médico Dráuzio Varella, mostram o aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas. A busca inicial pelo chemsex pode ser por pura curiosidade, mas é preciso estar atentos aos limiares do uso recreativo de drogas e a dependência delas.

Segundo o site do Dr. Dráuzio, as drogas mais comuns consumidas por praticantes do chemsex são o álcool, a maconha, a cocaína, a quetamina, o ecstasy, o LSD, o GHB, o Crystal (metanfetamina) e o Popper (vasodilatador).

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Todas essas substâncias têm poder de adição, mas a preocupação dos especialistas vai além deste aspecto ou de moralismo sobre o consumo de drogas. Uma das principais questões é que, o uso de drogas, pode fazer com as pessoas “relaxem” na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs.

Em entrevista ao site, o dr. Vinícius Borges, médico infectologista pelo hospital das clínicas da UFMG, ativista de direitos humanos e idealizador do Canal Doutor Maravilha, que trata de saúde lgbt, diversidade e HIV, explica um pouco mais sobre esses riscos.

“O sexo químico pode ser praticado por vários motivos e por vários perfis de indivíduos, embora tenha se popularizado entre os homens que fazem sexo com homens (HSH). É uma questão de saúde pública que envolve tanto a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, já que durante o sexo químico há um risco aumentado de transmissão de HIV e ISTs, e também a redução de danos sobre o uso e a dependência de substâncias psicoativas em si”, explica o infectologista.

Para reduzir os riscos de IST, o ideal é aderir a estratégias de prevenção combinadas, para não depender apenas do uso do preservativo. A PrEP, PEP e as vacinas contra a hepatite A, B, meningite e HPV são algumas delas.

Borges ressalta ainda a importância de um acompanhamento de saúde mental também para os praticantes do chemsex, já que algumas sunstâncias podem desencadear ou piorar quadros depressivos e de ansiedade.

Além disso, é importante adotar algumas medidas de redução de danos para um consumo de drogas o mais próximo possível dos aspectos de segurança.

Dicas para redução de danos

  • Informe-se sobre o que está usando. Pesquise quais são os efeitos e os riscos da substância;
  • Evitar a mistura de substâncias, já que uma pode potencializar a outra;
  • Não dispense o acompanhamento de saúde mental;
  • Nunca compartilhe canudos e seringas;
  • Considere utilizar estratégias de prevenção de ISTs combinadas (PrEP, PEP, vacinas, etc);
  • Prefira fazer o uso das substâncias em um ambiente seguro, com pessoas de sua confiança
  • Nunca exagere na dose.

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