Saúde e Bem-estar

Síndrome do Fim de Ano; por que nos sentimos mais depressivos e ansiosos nessa época?

NOVA MULHER conversou com um especialista para entender melhor porquê o fim de anos e as festividades mexem com a nossa saúde mental

O aumento do estresse no fim de ano pode agravar quadros de ansiedade e depressão (Foto: Reprodução)

Mais um ano chegando ao fim e com ele muitas pessoas se sentindo mais sobrecarregadas, com um aumento de ansiedade e de quadros depressivos. Essa época traz consigo muitos eventos e compromissos como o natal, ano novo, contas, boletos, mensalidade escolar, impostos, encontros familiares e, em especial, nesses últimos dois anos, a pandemia que mexeu com todos nós de maneiras que ainda estamos tentando entender.

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Esse fenômeno é conhecido como Síndrome do Fim de Ano ou Depressão Sazonal e de acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association, 80% das pessoas são atingidas pelo estresse, que está ligado diretamente ao aumento e acúmulo de tarefas, sobrecarga de pensamentos, ritmo frenético no trabalho e férias escolares, além das expectativas para o ano que vem.

O psicólogo Tiago Miranda, explica que esse quadro costuma acontecer por conta de gatilhos emocionais devido a mudanças do ano e eventos. “O aumento da ansiedade pode estar relacionado a todos esses fatores, mas pode haver muito mais por trás, como períodos de renda mais baixa para alguns tipos de profissionais autônomos. Mas o fim do ano vem com um aumento de uma ansiedade mais “assustadora” combinado com uma ansiedade mais “desejante” para o próximo período. O sentimento de querer que acabe logo, de descansar. Começamos a emitir um comportamento emancipatório, que faz parte de um quadro ansioso. Tudo vai depender do estilo de vida de cada pessoa, mas é bastante comum que a gente esses elementos mexam com a nossa saúde mental”, comenta Tiago.

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A pandemia

Segundo Tiago, a pandemia de covid-19, com qual estamos convivendo há dois anos, pode ser, sim, um agravante para o quadro de Depressão Sazonal, tanto do ponto de vista coletivo, quanto individual. Para ele, estamos passando por um momento de readaptação.

“Nós passamos por dois anos bem difíceis, com altos índices de morte, crise econômica, social, aumento da pobreza e do desemprego, além do medo que esse período de incertezas nos trouxe. Fora isso, muitas das atividades que tínhamos como uma distração (eventos culturais, encontros), foram paralisadas nesses dois anos. Então, olhando do ponto de vista coletivo, todos nós estamos um pouco abalados e, com a proximidade das festas, muitas pessoas podem se sentir inseguras com esses encontros e reuniões ou sentirem que não têm mais a capacidade de interação social como antes”, explica o psicólogo.

Como dica, Tiago sugere que, sempre que se sentir sobrecarregado, procure um profissional que possa te ajudar a passar por esse momento, como terapeutas e psicólogos. O Estado oferece serviços para saúde mental de maneira gratuita por meio dos CAPS e Unidades Básicas de Saúde. Outra sugestão de Tiago é a meditação. Segundo ele, diversos estudos apontam para os benefícios da prática para a nossa saúde mental e bem-estar.

Já para os encontros de final de ano, ele indica que uma tática interessante, é que as pessoas combinem como será a dinâmica da reunião com esse ou aquele grupo. “Se alguém ainda não se sente confortável em tirar a máscara em um ambiente fechado, por exemplo, respeite o desejo daquela pessoa. O que cada um entende por ‘segurança’ ou ‘perigo’, pode ser uma concepção muito individual, então estabelecer acordos de convivência pode ajudar a deixar esses momentos menos estressantes”, completa.

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