Neste fim de semana, causou grande surpresa no Chile o nascimento de um gato com duas faces em um único crânio. O fenômeno peculiar rapidamente capturou a atenção da comunidade científica e dos amantes dos animais, que têm se questionado sobre as causas e implicações dessa malformação incomum. O médico veterinário Sergio Aguayo ofereceu uma explicação detalhada sobre o caso em uma conversa com Meganoticias.
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O profissional descreveu a condição do gato, mais conhecido como “Chechito”, como uma malformação genética que “se apresenta com pouca frequência, já que infelizmente muitos desses animais falecem no primeiro mês de vida, e alguns até nas primeiras horas”, explicou o especialista.
Segundo Aguayo, a anomalia ocorre quando o zigoto, a célula resultante da união do óvulo e do espermatozoide, começa a se separar muito tarde no desenvolvimento, resultando em uma divisão incompleta que leva à formação de um único organismo com características atípicas.
No caso do gato, o Dr. Aguayo indicou que “este gatinho tem duas faces com um único cérebro”. Apesar da aparência facial dupla, o animal possui um único sistema digestivo, um coração e um pulmão. A ecografia realizada mostrou que os órgãos internos estão funcionando relativamente normais, embora o animal apresente uma singularidade em sua estrutura facial.
O especialista também mencionou que a sobrevivência desses gatos é extremamente rara e depende de vários fatores. "Não pudemos realizar mais estudos porque o gatinho é muito pequeno. O que fizemos foi cuidar dele com cuidado. Há casos isolados desses gatinhos que viveram até 15 anos, então esperamos ter a sorte de ver este pequeno crescer", acrescentou Aguayo.
Apesar das dificuldades, o veterinário destacou o valor da atenção e cuidado que está sendo dado ao recém-nascido. "Ele tem dois dias de vida e a mãe o rejeitou em certa medida, provavelmente devido a encontrá-lo diferente de suas outras crias. Ela cuida dele, mas apenas minimamente, então assumimos a responsabilidade de alimentá-lo. Queremos que ele sobreviva e, embora esses casos sejam raros, são verdadeiros milagres que esperamos que continuem sendo assim", afirmou o Dr. Aguayo.
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"Se Deus permitir que ele sobreviva, eu gostaria de estudá-lo um pouco, ver como funciona sua faringe, seu esôfago, porque ele tem um esôfago comum, mas mama por ambas as bocas (...) Ele está sempre atrás da gata e temos que tirá-lo para alimentá-lo, ela o limpa um pouco, mas a verdade é que ela o leva muito menos em consideração do que o resto de seus filhotes", lamentou o profissional.
Finalmente, em relação aos donos do felino, ele assegurou que “eles estão claramente um pouco perplexos. Eu ofereci para ficar com a gata e os filhotes na clínica para ajudar, porque este gatinho sozinho não vai conseguir sobreviver. Eles concordaram (...)Não queremos que ele sofra também e nosso trabalho é ajudá-lo, precisamos alimentá-lo, pois ele tem dificuldade para mamar, não sabe como pegar o peito, sem dúvida é um problema para ele”, afirmou.