Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de St. Edward e da Universidade de Michigan acabou de lançar luz sobre a magnitude do impacto dos super spikes (tênis de corrida com cravos) no desempenho esportivo ao quantificar como os tênis de corrida com cravos de alta tecnologia afetam a economia de corrida, uma métrica que mede a eficiência com que o corpo utiliza o oxigênio.
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Os resultados foram reveladores: os corredores que usaram super spikes experimentaram um aumento de 2% em sua economia de corrida em comparação com os tênis de pregos tradicionais. Um aumento que, nas palavras do coautor do estudo, Geoff Burns, fisiologista esportivo e professor adjunto de cinesiologia na Universidade de Michigan, poderia se traduzir em uma melhoria superior a 1% nos tempos: "Um aumento de 1,5%-2,0% na economia de um corredor de elite poderia ser a diferença entre competir por uma medalha e nem mesmo se classificar para os Jogos (Olímpicos)".
Exemplos nas Olimpíadas
Noah Lyles, um dos velocistas mais rápidos do mundo, fez história neste verão nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ao ganhar a medalha de ouro na final dos 100 metros masculinos. O atleta americano cruzou a linha de chegada com um tempo de 9,784 segundos, seguido pelo jamaicano Kishane Thompson, que fez em 9,789. Até mesmo foi necessária a ‘foto finish’ para capturar essa insignificante diferença de 0,0005 segundos. Cinco milésimos de segundo que marcaram a diferença entre estar no topo do pódio ou ficar em segundo lugar. Será que as adidas adizero Y3 Spikes que Lyles estava usando tiveram algo a ver com a vitória?
Outro exemplo ocorreu com a Nike: nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Depois que os Jogos Olímpicos terminaram, os países se orgulham do seu número total de medalhas. Em Tóquio, os Estados Unidos saíram vitoriosos. Mas no atletismo, uma análise mais detalhada de quem subiu ao pódio revela um vencedor diferente: não um país, mas uma marca.
Os atletas que usavam tênis Nike conquistaram 21 de 33 lugares no pódio (cerca de 64%) nas provas individuais de pista em Tóquio, incluindo corridas com barreiras, corrida de obstáculos e maratona. Isso é uma prova de que os "super spikes" da empresa podem ser realmente superiores. O seu design envolve placas feitas de fibra de carbono ou plástico rígido em um amortecedor de espuma flexível que devolve energia ao corredor a cada passada.
Houve até polêmicas: Usain Bolt falou
Em 2020, o homem mais rápido da história reflete sobre o quão mais destrutivo poderia ter sido se tivesse usado os tênis super spikes que lançaram uma bola de demolição em tantos recordes mundiais. Em poucas palavras, há uma batalha entre o diplomata Usain Bolt e o competidor Usain Bolt. O competidor vence. "Outro dia estava conversando com um amigo sobre isso", diz. "E eu estava tipo: devo ficar chateado? Porque sei que ao longo dos anos todo mundo tentou mudar os spikes e melhorá-los, mas..."
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Bolt enfatizou que não se preocupa se seu recorde mundial de 9,58 segundos nos 100 metros for quebrado. Ou seu melhor tempo de 19,19 segundos nos 200 metros. No entanto, ele parece desconfortável com a direção que a corrida armamentista da tecnologia de calçados está tomando. "Como posso argumentar se a World Athletics diz que é legal? Não posso fazer nada a respeito. Regras são regras. Não acho que ficarei completamente feliz, mas é apenas uma dessas coisas".
Ele quer deixar uma coisa absolutamente clara: teria ido muito mais rápido na nova onda de super spikes, que incluem uma espuma super leve que devolve energia e se diz que vale pelo menos uma décima de segundo nos 100 metros. Embora não esteja certo de quanto. “Nós especulamos e falamos sobre isso, mas não tenho certeza completa”, diz. “Mas definitivamente muito mais rápido”.
