No dia 11 de setembro de 1973, o Chile iniciou uma das piores fases de sua história: um golpe militar que levou o país a viver 17 anos de ditadura. Durante esse período, 38.254 pessoas foram torturadas e 3.216 mortas.
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Por isso, mais de 50 anos depois, as mulheres chilenas, que foram precursoras do movimento contra a ditadura, cercaram o Palácio de La Moneda, sede do governo, para relembrar a época e destacar a importância da democracia.
“Solidarizamo-nos com as pessoas executadas, desaparecidas, torturadas e exiladas, até hoje sem justiça. O movimento das mulheres foi muito importante contra a ditadura e agora lidera a exigência de justiça contra a impunidade dos crimes cometidos durante a ditadura”, indica à Lusa Lídia Massardo, de 57 anos ao Sapo.PT.
Sob o lema “Nunca Mais”, milhares de chilenas passam a noite em vigília no palácio. “As mulheres foram muito prejudicadas - foram mães, esposas e filhas de presos, desaparecidos e mortos pela ditadura. Ocupamos um papel fundamental na família, núcleo essencial da sociedade, e sobre cada uma de nós, houve um peso tremendo de dor”, desabafa Lidia.
Durante a vigília, as mulheres acenderam milhares de velas para “iluminar” o caminho do país. “Cresci em democracia, mas na escola nunca nos ensinaram corretamente o que aconteceu. Até há pouco tempo, não se falava em ‘golpe militar’, mas em ‘pronunciamento militar’. Para algumas famílias, o assunto era tabu. Crescemos com o costume de que, à mesa, não se falava de política nem de religião. Só agora a verdade começa a surgir com mais naturalidade”, explica à Lusa Melissa Leyton, de 33 anos.
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