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Deputada Erika Hilton está correta: mulheres trans não estão ocupando os espaços das mulheres cis

A deputada proferiu um discurso na Câmara Federal em resposta à parlamentar Cristiane Lopes, que afirmou que as mulheres transgênero estão ocupando os espaços das mulheres cisgênero.

(crédito: Reprodução/Twitter @Erikakhilton)
(crédito: Reprodução/Twitter @Erikakhilton)

Na última quinta-feira (31), a deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) tornou-se viral nas redes sociais devido ao seu discurso durante a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados. Erika decidiu se pronunciar em resposta à parlamentar Cristiane Lopes, que afirmou que as mulheres transgênero estão ocupando os espaços das mulheres cisgênero.

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Afinal, as mulheres trans estão realmente ocupando os espaços das mulheres cisgênero?

Não é possível afirmar. Isso se deve ao fato de que as mulheres trans no Brasil estão inseridas em um contexto social de extrema vulnerabilidade, conforme indicam os dados.

No país, aproximadamente 1,9% da população adulta brasileira, ou cerca de 4 milhões de pessoas, são transgênero e não binárias, de acordo com um levantamento realizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista.

O Brasil lidera o ranking de mortes de pessoas trans e travestis no mundo, de acordo com o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Mesmo em cargos públicos, as mulheres trans são uma minoria. A bancada feminina da Câmara dos Deputados conta apenas com duas deputadas trans: Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).

Como podemos observar, o contexto de vulnerabilidade não permite que as mulheres trans ocupem os lugares das mulheres cisgênero. Isso ocorre porque, de acordo com uma pesquisa do projeto TransVida, do Grupo pela Vidda, com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a transfobia reduz drasticamente as oportunidades de acesso e sobrevivência das pessoas trans.

Mesmo que um dia possamos vivenciar uma mudança social que favoreça as mulheres trans, a ideia de que elas poderiam tirar as posições das mulheres cisgênero é baseada puramente no preconceito e na concepção de que as mulheres trans são “menos mulheres”.

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“A sociedade ainda nos enxerga como menos mulher e, ao nos enxergar como menos mulher, também nos enxerga como menos cidadãs, que não merecem proteção, que não podem estar nos esportes, que não podem receber, como a deputada falou, ser consagradas em agremiações e em festivais. Nós temos que estar onde? Nas esquinas de prostituição, nos cárceres, no drogadicídio? Onde que é nosso lugar, se também não é aqui discutindo uma agenda de direitos a todas as mulheres? A luta das mulheres transsexuais e travestis desse país nunca excluiu nenhum tipo de mulher. Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?”, enfatizou a deputada Erika.

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