O trauma sofrido vem reverberando na vida da jovem que sofreu racismo da médica Helena Malzac Franco, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
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A vítima, que prefere não se identificar, ouviu da profissional da saúde que pessoas de pele negra tinham cheiro mais forte vindo das partes íntimas.
Segundo o Extra, tudo ocorreu em fevereiro do ano passado e a partir disso, a jovem de apenas 20 anos, só voltou a um consultório para passar com uma terapeuta na tentativa de superar o ocorrido.
“Não é nem um pouco agradável (a situação enfrentada por ela). Não me conforta estar numa maca ouvindo esse tipo de coisa. Tenho muito receio de acontecer de novo. Minha madrinha me ajudou com isso e estou fazendo acompanhamento com uma terapeuta, que me ajudou a entender (o que aconteceu) e a não me sentir insegura. Foi tudo muito violento. Não me esperava ouvir aquilo. Me remeteu a meu medo de procurar médicos para (cuidar da) minha saúde.”, disse a jovem mulher.
O ocorrido foi imediatamente levado à Justiça quando aconteceu, mas só foi compartilhado com o público em uma reportagem realizada pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo (11).
O advogado Djefferson Amadeus explicou que por se tratar de um caso de racismo científico, é necessário juntar o maior número de elementos probatórios e sólidos possível.
A vítima esteve no consultório pela primeira vez indicada e acompanhada pela sua madrinha, a executiva Luana Génot, para o procedimento de colocação de um DIU quando tudo aconteceu.
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Toda a conversa foi gravada pela madrinha, que já era paciente da médica, e a considerava de confiança.
Durante o procedimento, a profissional questionou se a jovem havia se higienizado antes pois pessoas negras exalavam um cheiro mais forte: “É muito comum. Não é 90%, mas a gente coloca uns 70%. Tem a ver com a melanina também”.
A denúncia de racismo foi feita pelo Ministério Público e a médica se tornou ré no dia 31 de maio.
Ao ser questionada, a mulher voltou a proferir falas racistas, afirmando que estavam baseadas em estudos e pesquisas, o que não é verdadeiro.
Por fim, a vítima disse que o tempo todo percebeu que estava passando por uma situação de racismo, mas que se encontrava em situação de vulnerabilidade na maca.
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Atenção, mulher!
Se você está passando por qualquer tipo de violência, física ou psicológica, ligue para o número 180 e denuncie. Se preferir, comunique o ocorrido pelo número de WhatsApp: (61) 9610-0180. O atendimento está disponível para todo o Brasil, 24 horas por dia, durante os sete dias da semana, inclusive feriados.
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