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Adotar o sobrenome do marido pode entregar a ideia de posse em um casamento, diz pesquisa

É por esses e outros motivos que as mulheres não querem mais ter um sobrenome de casada

Adotar o sobrenome do marido pode entregar a ideia de posse em um casamento, diz pesquisa
Adotar o sobrenome do marido pode entregar a ideia de posse em um casamento, diz pesquisa (Reprodução: Pexels)

Já parou para pensar que cada vez menos as mulheres aderem o sobrenome do marido após oficializarem a união? Segundo uma pesquisa da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), o número caiu em mais de 24% desde 2002, sendo algo bem simbólico já que em 2022 faz 60 anos da conquista das mulheres por optar acrescentar ou não o nome do marido.

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Desde a primeira década dessa mudança, apenas 52.5% das mulheres optavam pelo sobrenome do marido, e na segunda década o percentual passou para 45%. Em pesquisa recente feita pelo marketplace Casamentos.com.br, de 2 mil pessoas onde 88% são mulheres, 49% optaram por não adicionar o sobrenome do cônjuge ao seu nome.

Com isso, quatro em cada dez mulheres optaram por seguir com seu nome mesmo depois do casamento em si, e as escolhas são as mais diversas. Seja para evitar a burocracia de ter que mudar todos os documentos, ou para ter um sentimento maior de independência feminina em si, e até por acharem a tradição um tanto defasada, essas são as principais razões pelas quais as noivas vão manter seu sobrenome de solteira.

Além disso, os casais que vão celebrar a cerimônia até 2024 mencionaram em um campo aberto alguns outros motivos de não querer optar por essa mudança, seja por preferir o nome dos pais ou então para conservar sua própria identidade, além de não querer aumentar a quantidade de sobrenomes que já possuem.

Para a antropóloga e professora Michele Escoura Bueno, isso reflete as mudanças das convenções sociais, reivindicando uma melhor noção de igualdade em si e como o Estado Brasileiro se relaciona com os direitos e obrigações da família, mostrando que esse é um caminho sem volta.

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“Este é o ponto central da discussão. Passa tanto pela demanda por igualdade entre homens e mulheres na hora de escolher se vai ou não modificar seu nome após o casamento civil, mas também está ligada às demandas pelo direito em se casar com alguém do mesmo gênero ou de ter garantida a proteção do Estado em situações de violências domésticas”, aponta.

E você, pensa em trocar de sobrenome na hora de casar?

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