A tecnologia nos oferece uma série de benefícios para o nosso dia a dia. Para as mulheres, a facilidade de controlar seu ciclo menstrual por meio de aplicativos, é uma dessas vantagens. No entanto, esses apps podem passar de mocinhos a vilões em questão de segundos.
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Isso porquê, quando nos cadastramos nesses aplicativos, as empresas desenvolvedoras da aplicação coletam dados que podem ser valiosos para anunciantes, indústria farmacêutica e até para autoridades que coíbem o aborto. E pior, a maioria desses dados e informações somos nós mesmas que entregamos.
Atualmente, cerca de 50 milhões de mulheres no mundo todo fazem uso de aplicativos para monitorar seu ciclo menstrual, segundo informações divulgadas pela Deutsche Welle. Mas como saber se o seu aplicativo está coletando informações sensíveis sobre a sua vida?
Podemos entender por dados sensíveis nesse caso, os seus sangramentos, dores, mudanças de humor, relações sexuais, localização, idade, peso, se você engravidou ou se teve um aborto. Essas informações são fornecidas, muitas vezes, respondendo às perguntas do aplicativo de maneira inocente.
Alguns dos principais aplicativos que auxiliam no cálculo dos ciclos menstruais e na identificação dos dias férteis armazenam desnecessariamente dados íntimos e pessoais das usuárias, como a dificuldade de chegar ao orgasmo, frequência com que se masturbam e as visitas ao ginecologista, segundo a Privacy International, uma ONG com sede no Reino Unido que analisou cinco dos aplicativos mais usados.
De acordo com a LGPD, que regulamenta a proteção de dados e privacidade na internet, este tipo de aplicativo só deveria coletar as informações estritamente necessárias ao cumprimento da sua função: prever o próximo ciclo menstrual ou indicar os dias mais férteis para cada mulher.
Portanto, o problema não são as respostas e informações que fornecemos, afinal é uma ferramenta útil para as mulheres, mas sim a maneira como esses dados são tratados e armazenados pelos desenvolvedores. Por isso é importante estar atenta.
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