Comportamento e Relacionamento

Amores secretos: os relacionamentos ocultos são mais frequentes e profundos do que você imagina

Amores impossíveis, idealizados ou virtuais podem se tornar segredos de família, afetando o nosso desenvolvimento como adultos

Somos todos igualmente propensos a esse tipo de relacionamento? Aparentemente não. Segundo a psicóloga e terapeuta familiar Susana Muñoz Aburto, quem cresceu em famílias nas quais a aparência é o mais relevante tem maior predisposição a vivê-los.

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“Cheios de exigências próprias, eles construíram a sua imagem de sujeito e de família de acordo com as expectativas que tinham dele”, explica. “Dessa forma, desenvolveram grande habilidade e eficiência no exercício de várias funções. No entanto, eles não são ‘felizes’.”

O proibido

Esses amores proibidos costumam ser mais parecidos com um sonho, como se fosse a história de outra pessoa, e não a sua. E vivê-lo alimenta e, muitas vezes, dá um sentido à vida pessoal ou familiar voltada para o que “deveria ser” — geralmente seguindo os padrões sociais.

Foi o caso, por exemplo, de Gloria Hidalgo, que durante dois anos viveu um amor secreto. Quando fala sobre ele, ela o faz com emoção, e o seu rosto se ilumina.

“Foi muito importante, porque me fez vibrar. Quando nos víamos ou escrevíamos, eu sentia aquela conexão fora do comum”, conta.

Mas essa emoção não foi o único sentimento presente: também havia culpa e raiva. “Raiva do meu parceiro estável, porque ele não me disse nada. Eu pensei ‘ele me tem ao seu lado e nada acontece’.”

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“Eu estava procurando essa mesma conexão com ele e não consegui encontrar. Acho que o motivo foram meus filhos. Eu imaginei como era feio a mãe deles estar olhando para outra pessoa.”


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A culpa

A culpa, explica Susana Muñoz, surge como uma sombra à distância, que não consegue mudar o curso dessa relação.

Como você pode manter uma história que não seja um relacionamento como tal? Para Gloria, era complexo: “de certa forma, era como viver um duelo, embora um mais profundo viesse depois. Ele morreu inesperadamente em um acidente de carro.”

“Hoje sinto uma tristeza profunda. Não podia acreditar que tinha morrido. Fiquei triste porque não pude me despedir. Foi muito difícil.”

Os momentos

O engraçado é que são relações amorosas nas quais os seus protagonistas não classificam como infidelidade. Para eles, são amores profundos, românticos e que, aparentemente, não impactam a vida familiar.

“Ocorre numa dimensão diferente, numa espécie de isolamento em que só se encaixa naquela história e na qual os dois protagonistas se sentem autênticos”, diz Susana Muñoz.

“São como vidas secretas que não se simbolizam na linguagem, pois expressá-la implicaria em ferir ou causar danos a terceiros e atentar contra a imagem que a pessoa tem de si mesma.”

Fonte: Nueva Mujer (em espanhol)


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