O Dia do Orgasmo, celebrado em 8 de agosto, tornou-se uma oportunidade para quebrar tabus e celebrar o prazer sem reservas. Neste dia, destacamos a importância de falar abertamente sobre sexualidade e autoexploração. Para saber mais sobre o assunto, conversamos com Andrea Fernández, sexóloga.
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Ao iniciar nossa entrevista, a profissional deixou claro que o orgasmo feminino não é o enigma que muitas vezes se acredita. "O orgasmo feminino não é tão misterioso como costuma ser pensado", explicou. "A percepção de mistério vem da diversidade de experiências que cada mulher pode viver. Existem vários tipos de orgasmos, e cada mulher pode experimentá-lo de forma única. Embora o orgasmo seja diverso, não é incompreensível ou difícil de entender; é simplesmente uma experiência variada, e nem todas as mulheres o vivenciam da mesma forma", comentou.
Além disso, de acordo com Andrea, os orgasmos femininos são mais suscetíveis a interrupções em comparação com os masculinos. Isso ocorre devido às várias etapas que precedem o orgasmo, onde o prazer se acumula antes de ser liberado.
Durante este processo, as mulheres podem ser afetadas por fatores externos como desconforto, falta de segurança, atitudes negativas do parceiro ou problemas de autoestima. Além disso, crenças culturais que estigmatizam a sexualidade e problemas de saúde como depressão e ansiedade também podem influenciar. Fernández enfatiza que, apesar desses desafios, existem múltiplos caminhos para explorar e alcançar o orgasmo.
Como é diferente a experiência do orgasmo entre homens e mulheres?
Andrea explicou-nos que os orgasmos em homens e mulheres são experimentados de forma diferente, principalmente devido à sua função reprodutiva.
Enquanto o orgasmo masculino está diretamente ligado à reprodução, o orgasmo feminino não é necessário para a concepção. Embora tenham sido realizados estudos sobre o papel biológico do orgasmo feminino, ainda não é completamente compreendido seu propósito sob uma perspectiva biológica.
O que acontece quando há estresse?
O estresse pode afetar negativamente a capacidade de atingir o orgasmo, ao reduzir a disposição psicológica para o prazer. Nossa convidada destaca que, para experimentar um orgasmo, é crucial estar em um lugar mentalmente confortável e conectado com o próprio corpo.
O estresse, ao levar a uma mente sobrecarregada e antecipatória, pode criar barreiras para essa conexão. No entanto, algumas pessoas descobrem que o orgasmo pode ser uma ferramenta para lidar com o estresse, o que demonstra que a relação entre estresse e orgasmo não é uniforme para todos.
"A autoexploração pode ser neutra"
Quando perguntamos como começar a se preparar para o orgasmo, Andrea sugeriu a autoexploração como primeiro passo. E recomendou começar tocando diferentes partes do corpo, como os pés, o abdômen e o peito, antes de focar nos genitais. Isso ajuda a evitar uma experiência avassaladora e promove uma conexão mais profunda com o próprio corpo.
Além disso, enfatiza a importância da preparação emocional e íntima, destacando que o conhecimento do que é necessário e do que agrada é fundamental para uma experiência sexual satisfatória.
“À medida que crescemos, começamos a desejar outros tipos de intimidade”
Com essas perspectivas, a sexóloga Andrea Fernández oferece um guia valioso para entender e melhorar a experiência do orgasmo feminino. Neste Dia do Orgasmo Feminino, celebremos o prazer e a conexão com nosso corpo, reconhecendo a importância de explorar e atender nossas necessidades sexuais e emocionais.
“O importante é questionar o que eu preciso para saber do que gosto e do que não gosto durante o ato. É fundamental investir tempo em outros aspectos da sexualidade, como a preparação, garantindo que o corpo esteja pronto, e explorar diferentes tipos de intimidade, como a emocional”, concluiu.