Não são apenas golpes, são palavras. São essas ‘pequenas’ ações, os sinais de alerta e indicadores de violência, o Instituto Politécnico Nacional, através do ‘Violentômetro’ dividido em três escalas, indica que começa com uma piada ofensiva e termina no ponto mais terrível, o feminicídio.
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Saber reconhecer esses sinais é um passo para sair do abuso, para isso a informação e a formação são cruciais. A violência de gênero não distingue entre classes sociais, muito menos fronteiras. Uma verdadeira história de amor não machuca, não insulta, não dói e não fere.
A Nova Mulher conversou com a Head de Responsabilidade Social da Avon, Ingrid Espinosa, que detalhou o último estudo realizado pela marca, no qual 2735 mulheres foram entrevistadas na Argentina, Equador, Colômbia e México para conhecer seus testemunhos.
A dificuldade está em tirar a mulher que está nesta situação do ‘ciclo de violência’ que vive, da seguinte forma: elaboração da tensão, explosão da violência ou agressão e posteriormente a ‘lua de mel’, que é quando a mulher perdoa certas condutas do parceiro.
Desta forma, eles analisam e se concentram na 'Rota Crítica', que é todo o processo que leva uma mulher a tomar a decisão de sair de um ambiente de violência até finalmente poder denunciar, já que apenas 11% das mulheres que passaram por essa situação pediram ajuda, quais fatores influenciam para que poucas delas se atrevam a fazê-lo?
Ingrid Espinosa reiterou a importância de levantar a voz, por mais clichê que possa parecer, é extremamente importante, pois representa uma forma para uma mulher reconhecer que está vivendo uma situação que a incomoda e detê-la naquele momento.
Tipos de violência
Como foi dito anteriormente, não são apenas golpes, é um iceberg que vai desde a violência física, sexual, psicológica e simbólica até a digital, que já desencadeou a Lei Olimpia, que sanciona as ações que violem a intimidade de uma mulher na rede. Até a perda da própria essência é um fator determinante.
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Uma rede de apoio é indispensável, criando um espaço onde a mulher se sinta segura para compartilhar sua experiência, sem ser julgada, e onde incentivem a busca por ajuda profissional. O apoio adequado é a base.
Falar sobre violência de gênero nunca é fácil, mas se não o fizermos, como poderemos aprender a combater esse mal? Um mal que tem levado mulheres a viver finais injustos e trágicos, a experimentar infernos e ter medo. É hora de mudar as estatísticas, que apresentam números preocupantes até o momento. O primeiro passo é reconhecer e levantar a voz, porque, mesmo que não pareça, há uma saída e uma luz no fim do túnel.
Fatores que inibem uma denúncia
Além da vergonha, que foi mencionada por quase metade das entrevistadas, o estudo descobriu que há outros fatores pelos quais as mulheres decidem não denunciar, incluindo 7 em cada 10 mulheres que não o fazem por ter pessoas a seu cargo, fato que também desencadeia ameaças, sendo 41% delas as que temem as consequências de levantar a voz, com medo de que seu lar, entes queridos e até pertences sejam prejudicados de alguma forma.
Também a dependência econômica e o vínculo que existe entre o 'agressor' e a 'vítima' e o medo de não serem acreditadas, no caso das mulheres que são mães, o medo de não ter uma pensão alimentícia para seus filhos e até a manipulação.
Parece simples quando se lê, mas na verdade é um processo que leva mais tempo e requer apoio e conscientização não apenas do núcleo em que a pessoa vive, mas também das autoridades competentes, já que 52% das entrevistadas que denunciaram consideraram que o tratamento recebido não foi adequado e um terço delas ainda não sabe para onde recorrer.