Como ‘uma fraude’, foi assim que a atriz Kate Winslet se qualificou para fazer seu trabalho, apesar de ser uma das melhores artistas do cinema. Ela se tornou a mulher mais jovem a ter sete indicações ao Oscar e ter uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood. Ela ganhou cerca de 21 prêmios por suas grandiosas atuações, mas apesar de tudo isso, ela sente que não tem a capacidade de desempenhar um papel.
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Ela é o vivo exemplo de alguém que sofreu da síndrome do impostor, um distúrbio no qual a pessoa com baixa autoestima acredita no potencial que têm e que outros valorizam e reconhecem. Não valoriza seus méritos. Esta condição é mais comum do que se pensa, pois de acordo com a doutora e co-fundadora do Instituto da Síndrome do Impostor, sete em cada 10 pessoas já a apresentaram.
Em uma entrevista concedida à BBC Mundo, detalhou quais são as possíveis causas e resumiu-as em quatro:
O que origina a síndrome do impostor
1. Os estereótipos
É um transtorno que é mais comum em mulheres, pois sentem que precisam se esforçar mais para cumprir seus papéis sem negligenciá-los, como o de mãe e profissional ao mesmo tempo.
2. A família
A especialista afirmou que isso também acontece quando a pessoa sente uma certa pressão para se tornar cada vez melhor devido às exigências e comparações impostas dentro do núcleo familiar. Por exemplo, quando se tem um irmão mais bem-sucedido ou pais muito prósperos, é comum se sentir como a ‘ovelha negra’.
3. Percepção do fracasso
Valeri afirmou: "As pessoas que sofrem da síndrome são muito exigentes consigo mesmas e têm uma lista de requisitos praticamente impossíveis de cumprir".
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A BBC Mundo em outra publicação, citou que essa condição é completamente reversível, de acordo com as psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, que descobriram esse comportamento e afirmaram que era aprendido desde a infância. Então, como uma pessoa pode desaprender isso para depois se empoderar e acreditar em suas capacidades?
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1. Aceitar o problema
A psicóloga e representante do Colégio de Psicologia de Madrid, Espanha, Isabel Aranda, afirma que é necessário que a pessoa se conecte com a sua realidade e compreenda por que acredita estar passando por essa situação, pois isso ajudará a encontrar uma solução.
2. Rever os sucessos
É necessário criar um mural que seja preenchido com todas as conquistas alcançadas durante a carreira ou a vida em geral, para lembrá-las quando os momentos de desânimo chegarem.
3. Celebrar as metas alcançadas
É preciso comemorar cada conquista, por menor que seja ou pareça insignificante para os outros. "É importante destacar que temos valor simplesmente por ser e existir, e que por simplesmente existir, você merece isso. Lembre-se de que você é uma pessoa igualmente válida, independentemente do trabalho que faça", afirmou Mar Martínez Ricart, psicóloga especializada em neurociência.
4. Pedir a opinião de outros
É importante valorizar a imagem que os outros têm de você, pois isso servirá como um medidor. Agradecer não apenas quando te elogiam, mas também quando te dão uma crítica construtiva.