O Natal é indiscutivelmente uma das festas mais esperadas pelas crianças, principalmente pelos presentes que o Papai Noel, ou o Menino Jesus deixam sob a tradicional árvore de Natal.
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No entanto, com os presentes que recebem da mãe e do pai, dos avós, tios e amigos, aumenta o risco de que as crianças terminem dezembro com a chamado síndrome da criança hiperpresenteada.
O termo é usado para descrever quando uma criança perde a capacidade de valorizar as coisas depois de ter recebido muitos presentes. Em vez disso, desenvolvem um desejo por ter mais e mais presentes.
A síndrome pode ocorrer durante todo o ano, mas se intensifica durante as festas de Natal. E é que, embora os presentes tenham boas intenções, dar em excesso pode causar danos.
No entanto, há uma maneira de encontrar um equilíbrio e manter a ilusão para as crianças com limites saudáveis: aderir à famosa regra dos quatro presentes durante estas datas.
A famosa regra dos quatro presentes
A famosa regra é apoiada por especialistas e consiste em dar às crianças apenas quatro presentes com funções diferentes, mas específicas durante as festas de Natal e em qualquer outra data especial.
"É uma maneira de fazer seleção, estabelecer limites e cobrir quatro funções diferentes que os presentes de Natal devem ter", explicou o sociólogo da UOC Francesc Núñez ao jornal Ara.
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O primeiro presente deve ser aquele que a criança realmente queira e que lhe traga maior empolgação. “É aquele que todos nós tínhamos quando éramos pequenos, aquele que era o que mais desejávamos”, esclareceu.
O segundo presente deve atender a uma necessidade, como roupas, calçados ou uma mochila. Se for o caso, podem ser feitos dois presentes desse tipo para os queridos da casa.
O terceiro presente precisa ser educativo; por exemplo, um livro, um quebra-cabeça ou uma experiência familiar em algum lugar onde se possa aprender coisas novas, como uma visita ao museu.
Por último, o quarto presente deve permitir que a criança brinque com outras pessoas, como poderia fazer com jogos de tabuleiro ou de interpretação de personagens, afirmou o especialista ao jornal mencionado anteriormente.
“Na infância, menos é mais. O Natal é uma época em que as crianças estão saturadas de doces, luzes e família, e, por isso, é importante dar a devida importância a um jogo ou brinquedo. Se você dá 25 presentes, já perde a importância”, enfatizou Aida G.
Além disso, enfatizou que “os jogos e brinquedos não precisam fazer coisas.” É um material com o qual a criança precisa criar através da imaginação, da lógica, da experimentação... Um brinquedo não precisa ser apertar um botão e fazer barulho e luzes, mas sim um jogo que possa acompanhar a criança ao longo do tempo e que cresça com ela.
Maiores recomendações
Os educadores e especialistas em criação também aconselham que as crianças façam suas cartas com seus pedidos de presentes para o Papai Noel ou o Menino Jesus com um adulto ao lado.
Também recomendam que as crianças organizem e doem os brinquedos que já não usam para abrir espaço para os novos, reduzir a exposição às telas e evitar que vejam catálogos de brinquedos.
O mais recente é para que as crianças possam fazer uma lista baseada em seus verdadeiros interesses. "Para mim, não há um número ideal de presentes", afirmou Marta Prada ao Periódico de Ibiza e Formentera.
"Mas certamente, ao usar o senso comum e a consciência, poderemos avaliar melhor se estamos exagerando", apontou a educadora de famílias em sua conversa com o veículo.
Outra dica é gerenciar os presentes com o ambiente e sugerir aos familiares que presenteiem experiências. Se eles ignorarem, dosar os presentes de casa e focar nas pessoas.
“Mesmo que as experiências pareçam mais efêmeras e menos duradouras, daqui a 30 anos, o que seus filhos terão é isso”, afirmou a especialista.
G. Quer concordou em sua conversa com Ara. “É melhor que toda a família converse e que todos nós presenteiamos com uma bicicleta, ou um espetáculo para irmos juntos, do que todo esse alvoroço sem sentido”, disse.
“O tempo que você dedicou a pensar no presente que vai deixá-lo feliz e comprá-lo ou fazê-lo também faz parte do presente”, observou a cofundadora do Espai Criança i Salut de Sabadell.