Um novo filtro viral está “traumatizando” toda uma geração. É que, através da IA, o filtro mostra uma versão do seu rosto agora e como ele ficaria daqui a alguns anos: rugas, flacidez, manchas e todos esses sinais que inevitavelmente chegam com a idade.
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O filtro foi descrito como “hiperrealista” e mesmo os cirurgiões plásticos dedicados a reverter o envelhecimento elogiaram a precisão que o aplicativo mostra.
O interessante está no impacto que está tendo nos que o experimentam, pois um mínimo de usuários parecem aceitar (ainda que com surpresa) que assim eles poderiam se ver daqui a 20 ou 30 anos, enquanto para a maioria, foi um “golpe de realidade” terrível. Kylie Jenner experimentou e se recusou a se ver assim. “Não gosto. Não gosto nada disso, não”, disse ela com uma sorriso irônico no rosto. Outras famosas, como Danna Paola, imediatamente lembraram que “existe o botox”, se referindo a que com isso podem evitar se ver com rugas no futuro.
Enquanto isso, para nós mortais que não temos essa possibilidade de recorrer a tratamentos ou intervenções estéticas caros, nos ver envelhecer completamente muda muita coisa. Alguns ficaram impressionados com a semelhança que têm com seus pais e avós e brincam em se recusar a se tornar uma “Mamá Coco”, se referindo ao personagem o filme da Disney-Pixar.
Por que temos tanto medo de envelhecer?
Mas, por mais que lutemos contra o passar do tempo, mesmo através de rotinas de cuidados com a pele e intervenções, as rugas tendem a aparecer de alguma forma. O envelhecimento é um processo lento para alguns e acelerado para outros, mas a todos nós chega o momento.
Especialistas disseram que “imagens como estas são poderosas”, pois expõe nossas angústias internas. Envelhecer é um medo comum, mesmo sendo parte natural do ciclo de vida. Frequentemente nos faz pensar em todos os efeitos colaterais negativos que acompanham isso, como nosso corpo físico e saúde começando a declinar. Este medo, conhecido como gerontofobia, abrange o medo de perder a juventude e se tornar menos independente e menos capaz de cuidar de si mesmo.
Mudanças físicas fazem parte do envelhecimento. Viver em uma cultura centrada na juventude, ter rugas, linhas de expressão e pele flácida pode ser interpretado como pouco atraente e muitas vezes isso afeta mais as mulheres do que os homens.
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Além de nos vermos envelhecidos, nos lembramos que isto significa que enfrentaremos perdas, como a morte de nossos pais e amigos.
As redes sociais, afinal, estão a disparar este medo em toda uma geração de jovens que têm sido bombardeados com a constante ideia de que temos de nos ver sempre jovens para sermos considerados desejáveis ou parte de algo.
Especialistas como a grafóloga e expert em linguagem corporal Maryfer Centeno disseram que isso também é um medo de crescer ou evoluir, ao que seus seguidores responderam: “Tenho medo de crescer porque sinto que, na minha idade, ainda não alcancei as metas e objetivos que queria cumprir quando era jovem”; “O inferno começa quando eles dizem senhor ou senhora, aí acabou a vida”, dizem.
É melhor ter crenças positivas sobre envelhecer
De acordo com especialistas como Angela Buttimer, psicoterapeuta licenciada em Bem-Estar do Câncer em Piedmont, o envelhecimento consciente traz grandes benefícios, pois nos ajuda a não cair no mito cultural de que quanto mais velhos formos, menos úteis ou desejáveis seremos.
“O envelhecimento consciente tem um impacto positivo na nossa saúde física, mental e emocional. Quando nos mantemos conectados com a nossa energia vital e nos sentimos vibrantes e radiantes a qualquer idade, o nosso sistema imunológico responde positivamente, assim como o nosso senso de bem-estar”, explica o portal Piedmont. “Temos que ter cuidado com as histórias que contamos a nós mesmos porque elas podem nos empoderar ou nos derrotar”.
Além disso, é melhor seguir o exemplo dos usuários que afirmam que “se parecem com seus pais” e que “seria uma honra chegar a se parecer assim”.