Estilo de Vida

Uma clínica formada apenas por mulheres negras traz mais representatividade ao ambiente médico

Elas buscam ressignificar a presença na medicina

Milhares de mulheres inspiram diariamente, assim como o filme Estrelas Além do Tempo, onde três mulheres negras se tornam funcionárias da Nasa e combatem o machismo e o racismo diariamente, além da obra História de Madam C.J Walker, que mostra a vida da empreendedora que revolucionou o mundo dos cosméticos para cabelos crespos.

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Agora, essas histórias além de inspirarem também passam a serem reproduzidas na vida real, principalmente na clínica Ifé Medicina, centro médico localizado no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, composta apenas por mulheres negras.

As protagonistas são cinco médicas que se juntaram para criar um ambiente voltado para a medicina onde o atendimento é aprofundado e personalizado para cada um, trazendo mais representatividade para esse âmbito.

A ideia, segundo entrevista à Vogue, começou a surgir na pandemia junto com a telemedicina. “Eu comecei a compartilhar no Instagram a minha transição capilar. Imediatamente começaram a aparecer muitas pessoas negras buscando assistência, justamente porque encontraram uma médica preta e como cabelo crespo”, conta Liana Tito, oftalmologista e mestranda em neurociências e comportamento pela USP. “Foi quando percebi o quanto a representatividade é importante também no espaço médico”.

Junto com sua irmã, a cardiologista Aline Tito, começaram a pensar em um negócio para profissionais como elas, e então a Ifé começou a abrir suas portas em julho de 2021. Hoje em dia, a cirurgiã plástica Abdulay Eziquiel, a ginecologista e mastologista Cecília Pereira, e a dermatologista Julia Rocha, também fazem parte da empreitada.

“Nem é preciso dizer que a identificação é imediata. O paciente se sente seguro, pois sabe que não precisará ficar constrangido para falar sobre problemas comuns à raça negra – como uma pele mais ressecada no cotovelo ou uma axila mais pigmentada”, conta Julia.

Os pacientes e as médicas citam dificuldades de encontrar uma representatividade na medicina, seja para um tratamento ou uma consulta. “Na área plástica, por exemplo, as proporções usadas para uma cirurgia facial são baseadas no perfil caucasiano, ou seja, o efeito desses procedimentos em uma mulher ou homem negro resultam em uma quase descaracterização, pois ao invés de ter seus traços harmonizados ou alinhados corretamente, o rosto é de fato modificado”, revela Abdulay. “Na dermatologia, assim como em muitas outras áreas, também existem algumas especificidades que precisam ser estudadas a fundo, há uma falha inquestionável na literatura.”

Para elas, o objetivo é trazer uma medicina baseada em escuta, acolhimento, estudo e conhecimento.

Conheça mais sobre esse trabalho incrível no Instagram:

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