Comportamento e Relacionamento

Esses são os 6 livros escritos por mulheres que você deve ler este ano

Uma boa leitura pode ser uma ótimo companhia às vezes

Copo Vazio, de Natalia Timerman (Foto: Divulgação)

O ano está começando e nada como uma boa indicação de livros escritos por mulheres para te fazer companhia ao longo de 2022. Aqui temos obras para todos os gostos: ficção, não-ficção, romance, prosa e poesia.

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As mulheres têm ganhado cada vez mais espaço no mundo das artes, por isso resolvemos celebrá-las na arte da literatura, tanto nacional como internacional. Confira a lista:

Copo vazio – Natalia Timerman

Mulheres abandonadas. Desde sempre, a literatura é permeada de histórias trágicas de figuras fascinantes, como Medeia e Dido, que se desfazem diante do abandono masculino. Emma Bovary e Anna Kariênina, personagens inesquecíveis, também sucumbem. A mesma Simone de Beauvoir de O segundo sexo escreveu A mulher desiludida, antologia de contos sobre personagens despedaçadas, uma delas por essa mesma via. No século xxi, Elena Ferrante atualiza a tradição, criando personagens que definham ou enlouquecem depois de dispensadas — é o caso de Olga, em Dias de abandono, que se vê confrontada com novas questões: Como pode uma mulher padecer “de amor” nos anos 2000? A própria ideia de abandono já não soa anacrônica em nossos dias? Agora é a vez de Natalia Timerman e seu Copo vazio. O romance conta a história de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida, que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro. O livro perscruta a vulnerabilidade de sua protagonista sem constrangimentos. Há algo de ancestral, talvez atemporal, no sofrimento de Mirela, que ecoa a dor de todas essas mulheres. Mas há também elementos contemporâneos: a forma de vida nas grandes cidades e as redes sociais são questões que acentuam os dilemas. Mirela tem emprego, apartamento, família e amigos, porém parece ser bastante solitária. Quando conhece Pedro, ela se preenche de energia e entusiasmo, e fica obcecada não só por ele, mas por essa versão de si mesma. O que fazer quando ele desaparece de repente, sem explicações? Depois de publicar contos, poemas e ensaios, Natalia Timerman comprova a versatilidade de sua escrita num mergulho de fôlego no mundo psíquico de sua protagonista.

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Copo Vazio, de Natalia Timerman (Foto: Divulgação)

O som do rugido da onça – Micheliny Verunschk

Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças — batizadas aqui de Iñe-e e Juri — arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.Com uma prosa embebida de lirismo, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento.

Tudo é rio – Carla Madeira

Tudo é rio é o livro de estreia de Carla Madeira. Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.

A cachorra – Pilar Quintana

Desde muito cedo, a vida de Damaris é marcada por tragédias e, apesar da companhia de Rogelio, carrega uma solidão que talvez tivesse sido aplacada pelo filho que nunca conseguiu ter. Cuidar da casa de veraneio há muito abandonada pela família Reyes ocupa seus dias, alivia sua consciência pelo que sente ter sido omissão sua no passado, mas nada disso lhe traz conforto.

A Cachorra, de Pilar Quintana (Foto: Reprodução)

É sempre a hora da nossa morte amém – Mariana Salomão Carrara

Que segredos a memória guarda mesmo quando esquece? Depois do consagrado se Deus me chamar, não vou, de 2019, Mariana Salomão Carrara mergulha nas dores, reflexões e questionamentos de Aurora, uma idosa encontrada vagando pelas ruas e levada a um abrigo. Lá, ela conhece Rosa, assistente social com quem estabelece uma relação de afeto e para quem narra lembranças (verdadeiras ou inventadas?) de quando sua mãe penteava seu cabelo, de quando rezava errado na infância, de quando dava aulas em uma “escola de riquinhos”, da sua covardia diante da ditadura militar brasileira… E de Camila, que ora aparece como uma filha perdida, ora como uma amiga de infância que ela nunca esqueceu. São temas complexos tratados com linguagem leve que lembram que tudo o que se tem é a “essa miséria” e a beleza da própria vida.

Coreografia do adeus – Aline Bei Júlia

Terra é fruto de um amor devastado. A jovem de vinte e poucos anos é a protagonista do segundo romance de Aline Bei (o primeiro foi O peso do pássaro morto) e busca a própria identidade em meio aos traumas e lembranças de uma infância entre a violência da mãe, Vera, e a distância do pai, Sérgio, ambos confinados em uma relação cujos escombros perduram mesmo após o divórcio. Já na vida adulta, Júlia experimenta o abandono como um cordão umbilical difícil de cortar. Pouco a pouco, no entanto, ela aprende a respirar por si mesma no mundo e encontra na palavra escrita sua salvação.

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