A Sociedade Internacional de Menopausa define a insuficiência ovariana prematura (IOP) como a perda da atividade ovariana antes dos 40 anos. Ou seja, a ausência de menstruação e a capacidade reprodutiva das mulheres.
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De acordo com o estudo intitulado “Insuficiência ovariana prematura: documento estratégico da Sociedade Internacional de Menopausa”, a IOP afeta cerca de 1% da população feminina. No entanto, esse número pode variar entre os países.
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As causas
A ginecologista e acadêmica da Universidade do Chile, María Soledad Vallejo, explica que a IOP não possui causas associadas específicas que determinem sua presença.
Uma combinação de fatores genéticos, doenças autoimunes e patologias — como diabetes ou tireoidite de Hashimoto — pode desencadear a doença.
De fato, na visão da especialista, a causa é desconhecida em 90% dos casos, com função ovariana variável e imprevisível em 50% deles. Isso significa que entre 5% e 10% das mulheres diagnosticadas podem engravidar depois de um tempo.
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“Não há como evitar a IOP”, diz a ginecologista. “Mas você pode recomendar que, se há um histórico familiar, você deve estar mais atenta. Não há como saber quem ela vai afetar.”
Os sintomas
Alguns dos principais sintomas e causas da IOP são a ausência de menstruação, seguida de mudanças de humor, cansaço, ganho de peso e sintomas vasomotores.
A longo prazo, isso leva à infertilidade, aumento do risco de fraturas (perda de densidade mineral óssea), possíveis problemas cardiovasculares (maior probabilidade de infarto do miocárdio), entre outras consequências associadas.
Mulheres que sofreram de câncer e passaram por radioterapia ou quimioterapia também podem ser afetadas por essa condição. Por isso, Vallejo explica que a recomendação para esses pacientes é armazenar ovos, caso queiram ter filhos.
A menopausa
A idade média da menopausa natural é de 50 anos, e a menopausa precoce é quando o fenômeno ocorre antes dos 45 anos. Então as mulheres com IOP estariam ainda menos preparadas para esse diagnóstico.
Segundo o presidente da Sociedade Chilena pelo Clima, Jorge Cortez, isso tem impacto na deterioração da qualidade de vida. “O estrogênio tem um efeito protetor. Então, se ele for diminuído, o risco aparece mais cedo. Ou seja, todas as doenças do envelhecimento e pós-menopausa estão avançadas”, explicou o especialista.
O tratamento
Segundo especialistas, a IOP é um diagnóstico que muda a vida e traz um alto risco de consequências psicossexuais e psicossociais. Portanto, ambos os especialistas afirmam que para esse grupo de mulheres a recomendação é ser tratada com Terapia de Reposição Hormonal (TRH) ou contraceptivos orais combinados especiais — como o caso pode ser — até a idade da menopausa natural.
“Esses hormônios os manterão em um espírito jovial, tirarão todos os sintomas que apresentarem, e a longo prazo eles os impedirão de ter secura vaginal, infecções do trato urinário e evitarão perda óssea e problemas cardiovasculares, entre outras coisas”, disse o presidente da Sociedade Chilena de Clima.
Fonte: Nueva Mujer