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Por que ‘Fragmentado’, o filme de M. Night Shyamalan, é na realidade um filme para pais

Os temas da paternidade e maternidade estão presentes nas obras do cineasta: os dois pais e sua filha enfrentam uma escolha apocalíptica

Josh Hartnett interpreta a un asesino en serie que asiste a un concierto con su hija adolescente (Ariel Donoghue) en el thriller "Trap". | Foto: Warner Bros
Josh Hartnett Armadilha

Quando suas filhas estavam crescendo, M. Night Shyamalan era o “pai legal”. Não por seus filmes que misturavam gêneros e agitaram a cultura pop, como “O Sexto Sentido”, “Corpo Fechado” e “Sinais”, embora fossem tremendamente geniais.

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Não, Shyamalan era um ótimo companheiro de concertos: sua filha mais velha, Saleka, agora cantora de pop e R&B, lembra de tê-lo acompanhado em seu primeiro concerto, para ver Beyoncé em Filadélfia, quando tinha 10 anos. "Isso foi como uma grande lembrança para mim", diz. O primeiro show que vem à mente de Shyamalan é levar suas filhas para ver Adele "antes dela se tornar famosa", diz. "Compartilhar a música e a arte que amo com as meninas é algo muito importante em nossa casa".

O suspense ”Armadilha”

No último filme de Shyamalan, um pai e sua filha vão a um concerto de alto perfil, mas é memorável por outra razão: no thriller “Armadilha”, Cooper (Josh Hartnett) acompanha sua filha adolescente Riley (Ariel Donoghue) para ver a megaestrela pop Lady Raven (interpretada por Saleka). O plot twist aqui é que Cooper também é um elusivo assassino em série conhecido como “O Carniceiro”, e percebe que o FBI e as forças locais sabem que ele está lá, então transformam o estádio em uma armadilha para capturá-lo.

"Ir a um concerto de pop é uma espécie de rito de passagem entre pai e filha", diz Shyamalan. "É como a festa de aniversário de 'Sinais', algo que se supõe ser muito alegre, mas onde algo sombrio acontece".

‘Armadilha’ aborda temas de paternidade

Os temas da paternidade e maternidade estão presentes nas obras do cineasta: os dois pais e sua filha enfrentando uma escolha apocalíptica em "Knock at the Cabin", por exemplo, ou os adultos que isolam seus filhos de um mundo perigoso em "The Village".

"É tudo uma espécie de pesadelos urbanos, essa sensação de que algo ameaça a santidade da família", diz Shyamalan. "Suponho que esse é o medo subjacente para mim, por isso a maioria dos meus filmes têm isso como eixo central."

Mas “Armadilha”, onde o pai assassino tenta se conectar com sua filha madura enquanto ao mesmo tempo tenta evitar ser perseguido ativamente pela polícia, parece pessoal devido à fase da vida em que o diretor de 53 anos se encontra.

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“Provavelmente, em parte, é porque as meninas estão se tornando adultas e sinto que as estou perdendo, a elas, a sua infância. A nossa relação é bonita porque está a transformar-se, mas a parte da menina e do pai que admiram, essa está a desaparecer”, explica Shyamalan, que tem três filhas (Saleka, de 28 anos, Ishana, de 24, e Shivani, de 19) com a sua esposa Bhavna Vaswani.

“Agora, há uma espécie de reciprocidade, pois me veem como alguém mais complexo e percebem as coisas da vida e tudo mais. Então talvez seja o medo de perder sua garota e que te vejam de forma diferente, esse equilíbrio entre quem você é como pessoa e como se conhece como pai.”

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