Este ano, a temporada de prêmios para o melhor do cinema tem sido cheia de grandes surpresas, especialmente quando poderosas produções como ‘Barbie’, ‘Oppenheimer’ e ‘Assassinos da Lua das Flores’ estavam competindo e pareciam levar tudo. No entanto, foi ‘Poor Things’ (’Pobres criaturas’) que conseguiu quebrar todas as previsões.
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Trata-se de uma produção dirigida por Yorgos Lanthimos (’A Favorita’) e estrelada por Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe que tem dado muito o que falar por sua trama inspirada no clássico romance de Mary Shelley, ‘Frankenstein’, combinando também um pouco de ‘Alice no País das Maravilhas’, ‘O Mágico de Oz’ e ‘O Marquês de Sade’.
A trama no estilo ‘Frankenstein’ segue Bella (interpretada por Emma Stone), um experimento do cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), que transplanta o cérebro de um feto para o corpo de uma mulher que cometeu suicídio. Bella não tem memórias de sua vida anterior e começa como uma criança selvagem, redescobrindo as maravilhas e perigos do mundo de forma vertiginosa.
O filme já ganhou vários prêmios, incluindo Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz Principal no Globo de Ouro, um Leão de Ouro para Melhor Filme e um Critics Choice Award de Melhor Atriz para Emma Stone.
“Obviamente, eu não havia lido o livro e não tinha ouvido falar dele antes”, disse Stone em uma entrevista ao ‘The Wrap’. “Mas basicamente é sobre uma mulher que passa por esse tipo de processo de reanimação e, portanto, se aproxima do mundo e de qualquer coisa que alguém possa experimentar pela primeira vez com olhos novos. E ela não funciona como os outros. Ela está crescendo e evoluindo rapidamente. E isso por si só foi suficiente para me interessar. Eu só queria saber mais e mais.”
A controvérsia que poderia ofuscar ‘Pobres criaturas’
Embora o filme tenha sido aclamado pelos críticos, as cenas de sexo têm sido suficientes para causar uma grande controvérsia, levando muitos a classificá-lo como “de mau gosto” por serem “muito gráficas”. Em um ponto da trama, Bella descobre que pode aproveitar sua sexualidade e recorre à prostituição para financiar seus estudos.
Diante disso, Stone e Ruffalo saíram em sua defesa, alegando que "elas são bem justificadas" e "são necessárias" para o desenvolvimento do personagem de Bella, pois é uma forma dela aprender a entender seu corpo e como os outros o desejam.
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"Grande parte disso era ser fiel à experiência de Bella", disse Stone em uma entrevista transmitida na terça-feira. "Vejo sexo... Obviamente, porque é mais excitante ou algo para se falar, as pessoas mencionam muito esse aspecto, e é uma grande parte de sua experiência e crescimento. Como é, acredito, para a maioria das pessoas na vida."
Stone também disse que a experiência sexual de Bella é diferente porque ela não compreende as normas e pressões sociais que a cercam. “Uma das coisas sobre as quais falamos desde o início, e o que achei extremamente importante, é que Bella é completamente livre e sem vergonha do seu corpo”, explicou Stone.